quinta-feira, 30 de maio de 2013

Homens enxergam mulheres como objetos, diz estudo

 

É aquela velha história de você ter uma relação super legal com o cara do trabalho, o cara da academia, da faculdade, do cursinho, da padaria e aí, assim que ele tem uma chance, tenta algo contigo. E, espera um momentinho, você nunca teve essa intenção, mas parece que o amigo não entende.
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Dias depois dessas conversas e de muitas mulheres ficando mais magoadas e cansadas do que o normal, apareceu um post incrível na minha frente: “Estudo mostra que homens heterossexuais vêem mulheres como objetos – literalmente”, trabalho que dá título também a este post que você está lendo.
O estudo em questão é da psicóloga Susan Fiske, da Universidade de Princeton. Ela tirou imagens de cérebros de homens heterossexuais enquanto olhavam imagens sexualizadas de mulheres usando biquines. A descoberta foi que a parte do cérebro ativada era aquela que normalmente acende quando as pessoas vão utilizar alguma ferramenta – eles viam mulheres como objetos inanimados que recebiam uma ação sua. Mais nada. Os caras que mais tiveram incidência desse comportamento foram aqueles que mais conseguiam desativar a parte do cérebro que leva em consideração as intenções de outras pessoas (o córtex medial pré-frontal). Eles respondiam frente a essas imagens como se as mulheres fossem não-humanas.
Essa explicação vem do livro “The Equality Illusion: The Truth about Women and Men Today” de Kat Banyard. Caso você se interesse.
E o que ela diz é que homens – nem todos eles, é claro – olham para a mulher como se ela estivesse ali para lhe servir. É quase como se qualquer mulher fosse uma boneca inflável, levando o assunto para o sexo. E isso é extremamente nocivo à sociedade e as relações entre os gêneros.
Só que, ao mesmo tempo, tudo isso é possível de ser mudado. Há milhares de homens que tratam mulheres com respeito, que entendem que nem toda mulher se interessará por ele e que não estará disponível. Mulheres têm vontades e são elas que regem suas decisões.
O homem pode entender isso, mas grande parte deles não quer – assim como uma boa parte das mulheres. E então cabe a nós, mulheres e homens conscientes, colocarmos limites e lutarmos contra a exploração que esse tipo de pensamento tão arraigado na sociedade causa. Esse é o tipo de ideia que faz com que estupradores sintam-se certos, assim como agressores.
A mulher é humana e sente-se ofendida quando tratada de outra maneira. Temos desejos, vontades, sonhos e aspirações e não merecemos nada aquém de respeito. Nós tomamos nossas decisões e devemos escolher com quem queremos dividir nosso tempo, nosso corpo e nossos desejos.
Já os homens, devem repensar a relação que tem com as mulheres. Se você sente que esse tipo de efeito acontece com você, pode lutar contra ele, abrir a cabeça, mudar de posicionamento. Nada é imutável. E estudos desse tipo servem para que a gente note que a sociedade, da forma que é hoje, causa danos permanentes no nosso cérebro.
Mudar não é simples. Sair do padrão imposto pela sociedade também não é. Mas tudo isso é valioso, libertador e faz com que você consiga enxergar o mundo com um pouco mais de clareza. E a mudança está nas mãos de cada um. Deixar de repetir posturas que não acrescentam nada ao mundo só depende de cada um de nós.
É a velha história da Matrix. Qual a cor do seu comprimido?

Indiana espera 19 anos até filho crescer e tirá-la da prisão ao pagar a fiança

Foto: Reprodução/Daily Mail
Uma história de amor e de (longa) espera. A indiana Vijay Kumari, presa em 1994 por assassinato, esperou 19 anos até que o filho pagasse sua fiança e a libertasse da prisão. Apesar de um recurso que a autorizava a deixar a cadeia sob fiança, ninguém a resgatou da cadeia.
Abandonada pelo marido, ela ficou à mercê do sistema prisional indiano, considerado um dos mais caóticos e burocráticos do mundo. Vijay deu à luz ao filho apenas quatro meses após ter sido condenada e detida aos 31 anos.
Vijay entregou o filho para as autoridades, pois achava que não seria adequado criar um filho na prisão. Kanhaiya Kumari passou a infância em orfanatos. Para a mãe, restou uma fotos e visitas trimestrais feitas pelo filho - eles só tinham um ao outro.
Com 18 anos, o rapaz conseguiu seu primeiro emprego. O jovem economizava parte do salário obtido numa confecção de roupas para pagar um advogado e conseguir a soltura da mãe. Em apenas um ano, ele juntou os R$ 370 necessários para tirar a mãe da cadeia. História bacana, né? (vi no Daily Mail)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

VOCÊ É MAIS BONITA DO QUE PENSA!


Cultura do estupro, medidas paliativas do governo e as redes sociais como espelho da sociedade

A questão é que estupros acontecem em países em que mulheres vestem burcas. Estupros acontecem no exército e na marinha, com mulheres uniformizadas respeitando normas rigidas. Com mulheres que acabaram de sair da igreja. E pesquisadores dizem que o estuprador tem desejo por poder, não só pelo corpo feminino. O sexo é um detalhe, a subjugação é o clímax.
Leia também:
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Nicole Bahls, Gerald Thomas e a cultura do estupro
A próxima ‘vadia’ é você!

A cultura do estupro se dá quando a mídia, por exemplo, exibe anúncios em que mulheres são violentadas como se isso fosse algo normal. O site Business Insider lista, regularmente, anúncios que estimulam ou desqualificam a violência contra a mulher. Em um deles, do governo do Egito, representa a mulher por meio de um pirulito com plástico e outro sem, sendo atacado por moscas (representando o homem), com a seguinte frase: "Você não pode parar (as moscas), mas pode proteger-se".
Ao mesmo tempo que grupos lutam para discutir o exemplo social dado a meninos e a cultura que desqualifica a liberdade feminina e dá liberdade para que o homem acredite que nunca poderá receber um não como resposta, o número de casos de estupro, em São Paulo, por exemplo, bateu recordes com uma média de 37 casos por dia. TRINTA E SETE mulheres sofrem abuso sexual POR DIA. Assustador, não?
Resolver o problema não é simples. É necessário mudar uma cultura ligada a interesses financeiros e de controle de massa. Uma cultura que prefere deixar as pessoas ignorantes, odiando umas as outras, para que não se importem com problemas grandes de interesse comum. Mas enxergar o problema e começar trabalhos para transformar a realidade é a saída.
No entanto, ao invés de mostrar que o estupro é errado e que estupradores serão punidos severamente, o governo de São Paulo resolveu criar uma cartilha para que a mulher se proteja. É claro, a vítima deve ser responsável para evitar seu abuso – que em grande parte dos casos é feito por pessoas conhecidas e do seu convívio. Quão maluco é tudo isso?
Imagine que você está atravessando a rua, na faixa e com o farol de pedestres verde, é atropelado. Jogado a uma distância assustadora, tem diversos ossos quebrados e sequelas para o resto da vida. As autoridades dizem, diretamente a você, enquanto você ainda sente as dores, ali, no chão, que o motorista que fez isso está errado, mas que você deveria ter prestado mais atenção antes de passar por ali. É assim que é tratada uma mulher vítima de estupro.
A tal cartilha terá ainda um perfil do homem que estupra, criado a partir de estudos. O que me soa bastante perigoso, já que você, homem correto, pode se parecer com um estuprador e passar a ser alvo de medo feminino.
Nós, mulheres, sabemos como nos proteger. Sabemos que andar por uma rua escura e sozinha não é aconselhado por especialistas em segurança. Mas quem vai nos buscar no ponto de ônibus depois da faculdade? Quem vai passar a noite toda, na balada, ao nosso lado, impedindo que babacas nos puxem pelo braço ou pelo cabelo? Devemos aprender a lutar para agredir quem fizer isso? Deixar nossos estudos, trabalhos e diversão de lado? Nos tornar violentas, agressivas e desconfiadas porque a sociedade prefere isso a tirar os privilégios que seus homens têm? Não é o que queremos.
Em uma sociedade igualitária homens e mulheres têm os mesmos direitos e deveres, as mesmas liberdades, o mesmo respeito. Isso a gente quer. A gente quer não ter medo. Queremos poder andar o caminho para casa pensando na vida e não no momento em que alguém vai aparecer do nada e nos assediar.
Nos últimos dias postei aqui na coluna uma pesquisa que diz que homens enxergam mulheres de biquini como objetos. Os comentários, assustadores como de costume, diziam que se a mulher está mostrando o corpo é assim mesmo que será vista, mas poucos se atentaram para a parte mais assustadora do texto: ele diz que quando certos homens veem a pele feminina passam a ignorar seus direitos e vontades, acreditando que ela é apenas um objeto para satisfazer seus desejos e fantasias. Essa é a base da cultura do estupro sendo inserida no cérebro das pessoas. A ideia de que suas vontades são superiores a vontade do outro. É aí que nasce o estuprador.
Quando falamos sobre esse assunto muita gente diz que é exagero, mas se formos ver o que acontece nas redes sociais, o espelho da nossa sociedade na internet, ficamos assustados. O Facebook, rede mais popular do mundo, tem passado por retaliações sem fim. Sua política de deletar conteúdo ofensivo ignora totalmente apologias ao estupro.
Na última semana um vídeo que mostra uma garota de 12 anos sendo estuprada por três adolescentes ficou na rede por um bom tempo antes que a enxurrada de e-mails conseguisse convencer a equipe de Zuckerberg o quão impróprio o ofensivo era aquilo.
Nesse meio tempo, pessoas de todo o mundo, compartilharam as imagens ofensivas com as quais têm sido bombardeadas diariamente, sem pedir. Os anúncios da rede colocam páginas que glorificam a violência contra a mulher ao lado de grandes empresas que lutam por seu bem-estar. As empresas já começaram a pressionar o Facebook para que imagens desse tipo sejam tiradas do ar o mais rápido possível e que a vista grossa sobre elas acabe.
Banalizar o discurso da violência é o mesmo que glorifica-lo. É mostrar que, no mundo real ou virtual, você não será punido ao violentar – sexualmente ou não – uma mulher. A liberdade de expressão não abre precedente para que o discurso de ódio seja aceito, eles são coisas bastante diferentes. Assim que sua liberdade passa a ofender e machucar outra pessoa, ela se torna crime.
Enquanto aceitarmos que a luta contra a violência seja desqualificada nos meios de comunicação, que as punições sejam em relação a vítima, que é cerceada de seus direitos, e que os projetos contra estupro e abuso sejam focados no comportamento das vítimas ao invés de educar e punir os culpados, estaremos apostando em uma sociedade em que o ódio é a moeda de troca aceita.
Nós precisamos de ações concretas e não pedaços de papel nos dizendo que as culpadas somos nós, por viver em uma sociedade hipersexualizada e que torna os desejos sexuais do outro mais importantes do que nossa vontade e direitos

terça-feira, 21 de maio de 2013

Estupro na van: Justiça ouve oito testemunhas, mas réus ficam calados

Notícia publicada pela Assessoria de Imprensa em 21/05/2013 11:02
O juiz da 32ª Vara Criminal da Capital realizou nesta segunda-feira, dia 20, audiência de instrução e julgamento no processo em que três homens são acusados de estuprar uma turista americana dentro de uma van, no Rio de Janeiro, na madrugada do dia 30 de março. O magistrado ouviu oito testemunhas: seis da acusação e duas da defesa. Os réus, Jonathan Froudakis de Souza, Walace Aparecido Souza Silva e Carlos Armando Costa dos Santos, que respondem por estupro, roubo qualificado, extorsão, corrupção de menores e quadrilha ou bando, não foram interrogados, pois seguiram a orientação de suas defesas técnicas para permanecer em silêncio. O juiz abriu vista para que as partes se manifestem em diligências, em 48 horas, sucessivamente. A sentença deve sair em dois meses.
Pelo menos quatro testemunhas da acusação afirmaram, em juízo, que nunca viram crime de tamanhas gravidade e intensidade. Também relataram que, durante o fato criminoso, os réus riam sarcasticamente.
Depoimentos
Durante a audiência, duas adolescentes, testemunhas da acusação, contaram ter embarcado no veículo na Praça Serzedelo Correia, em Copacabana, e que o turista francês e a namorada americana já estavam lá dentro. De acordo com os depoimentos das duas jovens, um dos acusados anunciou o assalto depois de terem passado em frente ao Shopping Rio Sul e determinou que todos os passageiros entregassem seus pertences, ameaçando-os. Elas disseram ainda que ele teria mandado os passageiros abaixarem a cabeça e que teria gritado e xingado os estrangeiros, que pareciam não ter entendido a ordem. Em seguida, as testemunhas lembraram que o assaltante ordenou que todos descessem da van, exceto o casal de turistas.
Terceiro a prestar depoimento, o delegado Alexandre Braga, titular da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), lembrou que a turista, embora bastante abalada, apresentou um relato lógico e coerente, e confirmou que os três acusados participaram dos estupros. Declarou ainda que, com a divulgação na mídia das imagens dos réus, outras vítimas do grupo procuraram a polícia.
O delegado assistente da DEAT Rodrigo Brant afirmou que o conteúdo da denúncia coincide com os relatos das vítimas. Ele disse que os réus, durante o depoimento na delegacia, mostraram-se frios e não apresentaram sinais de arrependimento.
A inspetora da DEAT Vanessa Combatassy, primeira a tomar depoimento dos turistas após o crime, declarou que Jonathan, que inicialmente dirigia a van, foi o primeiro a estuprar a moça. Ele teria mandado que ela tirasse a roupa, mas, diante da negativa, deu-lhe dois socos no rosto, que lhe quebraram o nariz. Em seguida, violentou-a. Imediatamente após, o acusado Wallace repetiu a ação. Jonathan teria dito ao menor para “aproveitar também”, mas ele se recusou a praticar ato sexual com a turista. A inspetora informou que a americana ficou nua durante todo o evento criminoso.
A policial declarou ainda que acompanhou as vítimas a dois hospitais, onde tomaram um coquetel de remédios. “Quando ela soube que o tratamento seria longo, que poderia durar cerca de 20 a 30 dias, entrou em choque e perguntava, incessantemente, se poderia voltar para os Estados Unidos e se tratar lá”, contou a inspetora.
O inspetor Jaime, da DEAT, disse que um frentista informou à polícia a placa da van. Ele teria feito a anotação em virtude do comportamento alterado dos rapazes. A partir dessa informação, foi possível chegar rapidamente ao réu Jonathan e prendê-lo oito horas após o crime.
O policial declarou também que não houve indícios contra o dono da van, que se mostrou solícito e ajudou na investigação. Revelou ainda que o terceiro réu, Carlos, estava junto com Walace quando este último foi preso, mas que não foi preso nessa ocasião porque, na delegacia, Jonathan dissera que seus comparsas eram Walace e Tiago. Depois, através de fotos do Portal da Segurança da Polícia Civil, constataram que o suspeito usava o nome de Tiago Felipe e, no facebook, de Carlos Armando. Ao exibir as fotos para os turistas, Carlos foi reconhecido, e a prisão, decretada.
A defesa de Jonathan quis ouvir duas testemunhas de caráter. Elas declararam ao magistrado que conheciam há muito tempo o acusado e que ele sempre foi trabalhador. Uma delas disse ainda que ele recebeu uma boa educação da família e que nunca passou necessidade na vida, embora tenha começado a trabalhar muito cedo.
Menor
Embora se tenha recusado a violentar a jovem, o menor bateu diversas vezes no turista francês utilizando uma barra de ferro. Segundo o inspetor, a polícia não o prendeu rapidamente, pois não dispunha de informações a seu respeito, as quais só foram obtidas quando duas adolescentes foram à DEAT e revelaram que o conheciam de um abrigo. O menor já prestou depoimento à Vara da Infância e Juventude.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

País está em 7º lugar no ranking mundial do 'femicídio', afirma juíza do TJRJ

O Brasil ocupa a sétima posição mundial em femicídios. A afirmação é da juíza Adriana Ramos de Mello, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A magistrada apresentou dados sobre a morte de mulheres em razão do gênero durante uma palestra no IV Curso de Iniciação Funcional de Magistrados, nesta quarta-feira, dia 15, em Brasília.
Segundo a juíza, entre 1980 e 2010, 135 mil mulheres foram mortas de forma violenta no país. Outra preocupação da magistrada foi com o aumento de estupros: 24% no ano passado, em comparação com 2011. As estatísticas mostram que o Brasil ainda é um grande ofensor dos direitos humanos, embora tenha assinado acordos internacionais para se empenhar e apresentar políticas públicas que atuem na redução dos crimes. De acordo com a juíza, já existem dispositivos legais que funcionam como instrumentos contra a violência doméstica. “A Lei Maria da Penha é uma grande ferramenta. Hoje, há uma rede do Judiciário, assim como os juizados especiais, nos quais a mulher pode se socorrer”, destacou.

Para dar efetividade à Lei Maria da Penha, a magistrada propõe a realização de um trabalho psicossocial e multidisciplinar. “O juiz que trabalha nessa área tem de estar pronto para ouvir e mostrar compaixão. Nos casos que envolvem violência doméstica, todos sofrem – a mulher, os filhos e, às vezes, até o próprio agressor”, afirmou a juíza.

Outro ponto ressaltado pela juíza Adriana Ramos de Mello na palestra foi a desigualdade entre homens e mulheres. “Não existe um perfil da mulher agredida, o problema afeta todas as classes sociais e faixas etárias.”

Magistrada defende tipificação de crime

A juíza Adriana de Mello tem sido uma defensora da tipificação do crime na legislação penal. Durante audiência pública no Senado realizada no dia 9 deste mês, a magistrada enfatizou que a proposta atual não prevê aumento de pena, numa comparação com o homicídio. Em países como México e Chile, o femicídio é tratado como crime específico.

O que é o femicídio?

O crime é descrito como assassinato intencional de mulheres por homens, em função de seu gênero, através de dominação, exercício de poder e controle. Dados do Mapa da Violência 2012 indicam que, a cada cinco minutos, uma mulher é agredida no Brasil, sendo registrados 4,4 assassinatos de mulheres em cada grupo de 100 mil.

Sobre o IV Curso de Iniciação Funcional de Magistrados

O curso é uma iniciativa da Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo) e reuniu nesta edição 120 juízes recém-empossados de cinco estados brasileiros. A Enfam funciona junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e é responsável por regulamentar, autorizar e fiscalizar os cursos oficiais para ingresso, vitaliciamento e promoção na carreira da magistratura.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Primeira ministra negra da Itália enfrenta ofensas racistas


A primeira ministra negra da Itália respondeu a uma enxurrada de insultos sexistas e racistas dizendo que ela tem orgulho de ser negra, não 'de cor', e que a Itália não é realmente um país racista.



Cecile Kyenge, uma oftalmologista e cidadã italiana originária da República Democrática do Congo (RDC), foi nomeada ministra da Integração pelo primeiro-ministro Enrico Letta no último sábado, sendo uma das sete mulheres no novo governo.



Desde então, ela tem sido alvo de provocações em sites de extrema-direita, que têm a rotulado com nomes como "macaco congolês", "Zulu" e "a negra anti-italiana".



Ela também enfrentou insultos com toques de racismo de Mario Borghezio, membro da Liga do Norte no Parlamento Europeu, que no passado foi aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.



Em referência a Kyenge, Borghezio chamou a coalizão de Letta um "governo bonga bonga" - uma brincadeira com o termo "bunga, bunga", atribuído a Berlusconi - e disse que ela parecia ser "uma boa dona de casa, mas não uma ministra".



Kyenge rejeitou os comentários, que a presidente da câmara dos deputados, Laura Boldrini, qualificou como "vulgaridades racistas". Kyenge planeja pressionar por uma legislação, a qual a Liga é contrária, que permitiria às crianças nascidas na Itália de pais imigrantes obterem a cidadania automática, em vez de terem que esperar até os 18 anos para reivindicá-la.



"Cheguei sozinha à Itália aos 18 anos e eu não acredito em desistir diante de obstáculos", disse Kyenge, que deixou o Congo para que pudesse prosseguir os seus estudos em medicina.



Ela também rejeitou o termo "de cor", usado para descrevê-la em muitos matérias na imprensa italiana, dizendo: "Eu não sou colorida, eu sou negra e digo isso com orgulho."



Kyenge, que é casada com um italiano, disse não ver a Itália como um país particularmente racista e acreditava que as atitudes hostis derivavam principalmente da ignorância.



Boldrini disse a um jornal nesta sexta-feira que recebe ameaças de morte online diariamente e um fluxo de mensagens contendo imagens sexualmente ofensivas.



"Quando uma mulher ocupa um cargo público, a agressão sexista dispara contra ela, sejam simples fofocas simples ou violentas... sempre usam o mesmo vocabulário de humilhação e submissão", disse Boldrini ao jornal La Repubblica.

Vítimas do pastor Marcos Pereira afirmam que estupros eram parte da salvação

Mulheres contaram à polícia que pastor comandava orgias, mantinha médico particular para realizar abortos e, ao fim dos abusos, ordenava que os participantes pedissem perdão uns aos outros


Marcos Pereira acreditava na impunidade e beneficiava-se do mesmo mecanismo que permite a estupradores contumazes manter a rotina de abuso contra suas vítimas: o medo. A jovem conta em seu depimento que resolveu denunciar o pastor depois que se casou. Ao saber do relacionamento da jovem com um rapaz, Marcos Pereira tentou separar o casal e chegou a afirmar que os filhos dos dois “nasceriam defeituosos”
Os depoimentos das vítimas que acusam o pastor Marcos Pereira de estupro indicam que o líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) promovia orgias e abusos sexuais como se estivesse salvando as pessoas de espíritos do mal. As violações aconteciam na sede da igreja, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e em uma residência da ADUD, onde moravam cerca de 30 seguidoras da seita. Uma das vítimas, que contou ter sido violentada pelo pastor dos 14 aos 22 anos de idade, disse que ao se tornar seguidora do pastor Marcos Pereira e começar a usar o “roupão” típico dos fiéis foi muito criticada pela família. Ao ouvir o pastor afirmar que as críticas “eram influência do diabo”, a jovem deixou a casa dos pais e se mudou para a residência da assembleia.
De acordo com o depoimento, prestado no dia 15 de abril de 2013, antes dos estupros o pastor afirmou que estava “vendo um espírito lésbico” na jovem. Depois de algumas conversas, começaram os abusos. Segundo a vítima, Marcos passou “a trazer outros membros da ADUD para participar dos atos sexuais”. Em uma das vezes, um “garoto de programa” participou da orgia, contou ela. Segundo a vítima, o líder da Assembleia de Deus dos últimos Dias “tinha sempre predileção por sexo anal”.

PASTOR MARCOS PEREIRA É ACUSADO DE ESTUPRO

O Deputado e Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Marco Feliciano, postou nesta quinta-feira em seu Twitter um link para um artigo em defesa do pastor Marcos Pereira, preso acusado de abusar e estuprar seis fiéis.



A assessoria de imprensa de Marco Feliciano disse para o site Exame que a mensagem pode ter sido publicada por um dos dois assessores que tem acesso à conta do deputado no microblog, o que ainda não foi confirmado.

Marco publicou no Twitter:
Imprensa tem provas contra Marcos Pereira? Talvez: um delegado sem crimes para investigar. http://migre.me/esVCE via @MichaelCaceres—

Na última segunda-feira, dia 6, o deputado Feliciano pregou em um culto da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (Adud) e o pastor dirigente da congregação, Marcos Pereira, foi preso preventivamente na noite de terça-feira.

Sobre a pregação, a assessoria de Feliciano alega que ele foi convidado a pregar na Adud, o que é rotina para o religioso, muito requisitado por várias agremiações evangélicas. Feliciano voltou à Brasília na manhã de terça-feira para os trabalhos no Congresso.

O tuíte de Marco Feliciano tem o link para o artigo escrito por Michael Caceres no portal Gospel Prime. O texto, com mais de três mil compartilhamentos no Facebook, defende o pastor Marcos Pereira e ataca a imprensa.

Pastor é acusado de estupro
O pastor evangélico Marcos Pereira da Silva, líder da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso pela Polícia Civil do Rio na terça-feira, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Contra ele, havia dois mandados de prisão preventiva pelo crime de estupro. As denúncias foram feitas por fiéis da igreja, cuja sede fica em São João de Meriti.

Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado seis fiéis, entre elas, três adolescentes. Ele também realizaria orgias em seu apartamento em Copacabana. As pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia para “serem purificadas”, segundo o delegado.

A polícia disse ainda que o pastor costumava agir com violência e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e homens com homens. Uma das vítimas revelou que foi estuprada dos 14 anos aos 22 anos. Uma segunda seria uma ex-mulher do pastor, com quem foi casada até 1998.

A Polícia Civil ainda investiga o suposto envolvimento do pastor em quatro homicídios, além de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Um dos assassinatos seria de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho de Marcos Pereira também estaria envolvido neste assassinato.

O pastor não tem formação em teologia. Por isso, foi encaminhado para uma prisão comum no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona Oeste do Rio de Janeiro.

HORA DE SANTA CATARINA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO NEGA HABEAS CORPUS AO PASTOR MARCOS PEREIRA

Notícia publicada pela Assessoria de Imprensa em 09/05/2013 19:58
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro indeferiu nesta quinta-feira, dia 9, os dois pedidos de liminar nos habeas corpus impetrados em favor do pastor Marcos Pereira da Silva, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. As decisões são da 3ª e da 8ª Câmaras Criminais.
O pastor está sendo acusado pelo Ministério Público estadual por dois crimes de estupro, cujos processos foram distribuídos para a 1ª e a 2ª Varas Criminais de São João de Meriti. O religioso teve a prisão preventiva decretada pelos dois juízos: no dia 2 de maio, pela 2ª Vara Criminal, e, no dia 8 de maio, pela 1ª Vara Criminal.
O desembargador relator que fundamentou a decisão da 8ª Câmara Criminal do TJRJ alegou proteção à ordem pública. O relator da 3ª Câmara Criminal disse que, “em juízo sumário de cognição, a decisão sobre a prisão não se mostra flagrantemente ilegal”. Caberá aos colegiados das duas câmaras julgar o mérito dos habeas corpus.
Segundo as denúncias, o réu é pessoa de alta periculosidade e ameaça direta e indiretamente as pessoas que o contrariam. Ainda de acordo com o MP, o pastor utiliza-se de sua autoridade religiosa para amedrontar e, até mesmo, aterrorizar suas vítimas.

FEMINICÍDIO

Notícia publicada pela Assessoria de Imprensa em 07/05/2013 18:39
A juíza Adriana Mello, do 1º Juizado de Violência Doméstica da Capital, participa nesta quarta, dia 8, de uma audiência pública no Senado sobre feminicídio, o assassinato cometido contra mulheres por questões de gênero. Estatísticas apontam o Brasil como o 7º país com maior número de casos no mundo.
A magistrada defende que o feminicídio seja tipificado no novo Código Penal, que está sendo debatido no Congresso. “Não existe qualificação no crime de homicídio quando a vítima é mulher. O feminicídio cresce em nosso país e é preciso intensificar as discussões. Com a tipificação, além de mensurar os casos envolvendo mulheres, poderemos discutir políticas públicas mais eficazes”, ressaltou a magistrada.
A juíza acrescentou o fato de o Brasil ter assinado diversos tratados internacionais de combate ao crime por motivos de gênero. “A Argentina e outros países da América Latina possuem uma legislação mais avançada sobre o feminicídio”, afirmou.

COMO PODE ACONTECER ISSO AINDA HOJE? COMO PODE ACONTECER ISSO NOS EUA???

     Sequestro triplo, por 10 anos nos Estados Unidos. Pior que filme de terror. Ninguém imaginaria, nem a mente mais fértil. Deixar 3 mulheres em cativeiro. 3 mulheres. Como pode? Num país que tem penas duras para este tipo de crime, inclusive pena de morte. Como um homem com 52 anos deixa em cativeiro 3 mulheres numa cidade como Ohio? Incrível, inacreditável e repugnante! Não vivemos em cavernas, mas parece que o breu encontra inúmeros corpos no meio de tanta gente sem rosto que passa por nós na cidade. Vivemos um momento cavernoso. Bárbaros, mutiladores, sanguináreos, estupros em ônibus em pleno dia, fazendo do crime particular coisa pública. O assombro e a crueldade marcam encontro. Os vampiros estão por toda parte a fuçar sangue fresco. Até nos EUA, país dito adiantado, super bem policiado, com alta tecnologia, o monstro humano surge e se asila. A maldade não tem coração nem pátria.

Valéria Morales Sierra dia 10/05/2013

Amanda Berry, vítima de sequestro nos EUA, volta para casa

Jovem de 27 anos chegou nesta quarta-feira (8) em um automóvel.
Amanda ficou sequestrada durante 10 anos com outras duas mulheres.

 
Amanda Berry, que ficou sequestrada durante 10 anos junto a outras duas mulheres em Cleveland (Ohio, norte dos EUA), voltou para a casa com a família, constatou um jornalista da AFP.
A jovem de 27 anos chegou nesta quarta-feira (8) em um automóvel que entrou pelos fundos da casa de sua irmã e foi recebida com festa.
Segundo a imprensa local, Amanda chegou à casa de sua irmã levando a filha de seis anos de idade, que nasceu enquanto ela estava no cativeiro. De acordo com a polícia, a menina é filha de Amanda com seu sequestrador.
Varanda da frente da casa de Amanda Berry está decorada com balões nesta quarta-feira (8), para comemorar seu retorno (Foto: AP Photo / Tony Dejak)Varanda da frente da casa de Amanda Berry está decorada com balões nesta quarta-feira (8) para comemorar seu retorno (Foto: AP Photo / Tony Dejak)
 

Menina encontrada em cativeiro nos EUA teria nascido em piscina inflável

Segundo polícia, menina é filha de Amanda Berry com seu sequestrador.
Três mulheres foram libertadas após dez anos de cativeiro em Cleveland.

 
As autoridades de Cleveland (Ohio) disseram nesta quarta-feira (8) que a menina de seis anos de idade, que foi encontrada na casa onde três mulheres eram mantidas em cativeiro, nasceu em uma pequena piscina inflável, segundo a emissora de TV "ABC".
Amanda Berry (centro), com a irmã, (à esquerda), e a filha, que teve durante o cativeiro, posam em hospital após a libertação (Foto: AFP/Woio TV)Amanda Berry (centro), com a irmã, (à esquerda), e a filha, que teve durante o cativeiro, posam em hospital após a libertação (Foto: AFP/Woio TV)
A menina é filha de Amanda Berry com seu sequestrador. Hoje com 27 anos, Amanda estava desaparecida desde 2003. Além dela, eram mantidas no cativeiro Gina DeJesus, de 23, sequestrada em 2004, e Michelle Knight, de 32, que estava sumida desde 2002.
De acordo com a polícia, o sequestrador das mulheres, Ariel Castro, de 52 anos, costumava passear com a menina em um parque local. Quando a menina saía à rua, era apresentada por Ariel Castro como sendo sua neta ou filha, segundo os testemunhos de vizinhos.
Investigação
Os investigadores que vasculharam a casa em Cleveland onde as três mulheres permaneceram sequestradas por uma década encontraram correntes e cordas que eram utilizadas para prendê-las, mas, por enquanto, não detectaram restos mortais.
O diretor de segurança pública de Cleveland, Marty Flask, indicou em entrevista à emissora "ABC" que por enquanto não foram encontrados restos humanos na casa de Ariel Castro, que foi detido junto com seus irmãos Pedro e Oniel.
Por outro lado, o chefe da polícia da cidade de Cleveland, Richard McGrath, apontou à "NBC" que foram achadas correntes e cordas que serviriam para limitar os movimentos das três vítimas.
A partir da esquerda, Ariel, Oneil e Pedro Castro, que foram presos pela polícia (Foto: Cleveland Police Department/AP)A partir da esquerda, Ariel, Oneil e Pedro Castro, que foram presos pela polícia (Foto: Cleveland Police Department/AP)
McGrath disse que serão conhecidos mais detalhes quando forem completados os depoimentos das sequestradas, mas adiantou que "de vez em quando elas podiam sair ao pátio traseiro".
"O estado físico delas era muito bom, considerando as circunstâncias", explicou McGrath, que explicou que as três mulheres não demonstravam sinais de desnutrição, como alguns meios informaram.
Amanda, Gina e Michelle desapareceram entre 2002 e 2004 e podem ter passado todo esse tempo sequestradas na casa de Ariel Castro, onde os investigadores seguem coletando pistas sobre o sistema que as manteve escondidas.
McGrath também negou que a polícia tenha registros de denúncias de vizinhos sobre comportamentos estranhos dentro da casa.
Uma vizinha dos Castro indicou que há cerca de dois anos ligou para a polícia e informou que vira uma mulher nua engatinhando pelo pátio traseiro da casa antes que um homem a obrigasse a entrar no imóvel novamente.
Outro vizinho informou em novembro de 2011 que ouvira ruídos estranhos vindos da casa e assinalou que as janelas eram cobertas com panos escuros. Na ocasião, a polícia chegou a ir ao imóvel, mas foi embora após não receber respostas, segundo a testemunha.
Em entrevista coletiva na terça-feira, as autoridades indicaram que não receberam pistas da vizinhança sobre o sequestro nos últimos 11 anos e que só têm registros de dois incidentes relacionados com a casa, um em 2000 e outro em janeiro 2004, quando duas das três mulheres já estavam desaparecidas.
Casa onde jovens eram mantidas em cativeiro fica em Cleveland; à direita, agentes do FBI recolhem provas (Foto: Bill Pugliano/Getty Images North America/AFP e Mark Duncan/AP )Casa onde jovens eram mantidas em cativeiro fica em Cleveland; à direita, agentes do FBI recolhem provas (Foto: Bill Pugliano/Getty Images North America/AFP e Mark Duncan/AP )
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Sequestrador de jovens em Ohio teria deixado carta suicida

OHIO, EUA - Uma carta de suicídio, escrita por Ariel Castro, foi encontrada dentro da casa onde três jovens foram mantidas em cativeiro durante os últimos dez anos, em Ohio, nos Estados Unidos. De acordo com fontes policiais, o principal suspeito, um ex-motorista escolar de 52 anos, colocaria a culpa nas vítimas por entrar com eles no carro no dia em que foram sequestradas. No texto, ele também alega ser viciado em sexo e diz que precisa de ajuda por causa de problemas familiares e por ter tido uma infância pobre, segundo a imprensa local.



Castro e seus irmãos Pedro e Onil foram presos na segunda-feira depois que Amanda Berry, uma das jovens, conseguiu escapar do local. Nesta quarta-feira, ela e Gina DeJesus deixaram o hospital e ganharam festas ao chegarem em casa. A irmã de Amanda agradeceu a atenção que os jornais têm dado ao caso, mas pediu que os veículos respeitem a privacidade da família até que estejam preparados para falar.

Outra vítima do sequestro, Gina DeJesus também já voltou para casa. Ela foi recebida pela família e dezenas de balões, flores e cartazes carinhosos de desconhecidos. Já a terceira mulher libertada, Michelle Knight, permanece internada em um hospital local, de acordo com informações de emissoras americanas.

Amanda, hoje com 27 anos, dava aulas à filha no cativeiro. A menina, identificada como Jocelyn, de seis anos, pode ser filha do principal suspeito dos sequestros, detido junto com seus dois irmãos na segunda-feira. A menina teria nascido em uma piscina inflável dentro de casa, de acordo o conselheiro municipal Brian Cummins em entrevista à emissora ABC.